terça-feira, 27 de janeiro de 2009

terça-feira, 13 de janeiro de 2009















Tessitura

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Na fragmentação dos arquétipos construídos por nós mesmos para a própria exteriorização, nos colorimos, contorcemos, sobrepomos formas e traços tanto de forma inconsciente como intencional. A busca por transcendência e totalidade é representada aqui na trama, no modo como as diferentes partes, linhas, arabescos, e cromatismos, constituem o todo em seu contexto, no caso deste, um contexto humano. Definindo-se, assim, como “Tessitura” as fragmentações imagéticas do próprio eu, o enlaçamento de formas racionalizadas ou não, que constitui nosso todo complexo, por vezes harmônico, por vezes definido, por vezes fantasioso, mas sempre um tecido, onde tudo se liga e forma sentido.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009








Vestigios
A série de trabalhos surge a partir de uma proposta sobre os aspectos das construções artísticas, de como a arte é feita, e seus vestígios, construindo uma história que ultrapassa os limites do individual, tornando-se um entrelaçamento de significações.
Partindo do ponto de vista que a obra só se concretiza com o outro, existindo somente a partir do momento em que esse interfere com o seu olhar e significação, a obra coletiva já contém toda significação e existência, pois guarda marcas em sua feitura, que surgem como organismos vivos, reminiscentes de vidas, histórias e simbologias.
A coletividade deste trabalho se mostra de forma implícita, através das marcas dos canos sobre o papel, esses que mediam, comunicam, compartilham e unem casas e vidas na nossa sociedade contemporânea, podendo correr através deles uma só água ou um só excremento. Por tanto, a obra comenta sobre a coletividade urbana de forma simbólica.
A partir de Vigotsky, tomamos o que ele que afirma sobre o homem que, pelo trabalho, transforma o meio produzindo cultura, e que os instrumentos que utiliza para isso acabam transformando o próprio comportamento humano, sendo assim, a relação entre o homem e o meio sempre mediada por produtos culturais humanos, como instrumento e signo, e pelo outro. Tomando como suporte a sociologia durkheiminiana, podemos dizer que a obra constituir-se-ia um fato social, por se tratar de um produto da consciência coletiva (termo retirado da psicologia analítica de Jung) expressa em uma manifestação observável, e que esta seria repleta de representações, interesses e valores individuais e coletivos, possuindo, no entanto, uma autonomia em relação aos indivíduos por perpassar as consciências individuais que o originaram, tornando-se um todo orgânico vivo, independente dos indivíduos.
Trata-se, além disso, de fazer obra de arte o próprio fazer artístico, a própria construção histórica do artista, a humanização e o comunismo em que se dá e se propõe a arte. A obra fala sobre o todos em um, sobre as individualidades somadas num todo rico e harmônico, tal como se percebe no zeitgeist contemporâneo, onde a divisão imbricada tece o todo harmônico societal, que mesmo fragmentado é uníssono.
Deixando claro, que não se trata de algo novo, visto que outros artistas já abordaram o tema, trabalhamos a temática em suporte de papel de 180g.
Leandro Garcia e Mariana Zulianeli